Postado Por : Ereyuki
29 outubro, 2012
Como hoje é o dia nacional do livro resolvi postar um poema do poeta Português, Pedro meixa, que encontrei em um site e achei bonito, quero dividir esse poema com vocês.
Pó
Nas estantes os livros ficam
(até se dispersarem ou desfazerem)
enquanto tudo
passa. O pó acumula-se
e depois de limpo
torna a acumular-se
no cimo das lombadas.
Quando a cidade está suja
(obras, carros, poeiras)
o pó é mais negro e por vezes
espesso. Os livros ficam,
valem mais que tudo,
mas apesar do amor
(amor das coisas mudas
que sussurram)
e do cuidado doméstico
fica sempre, em baixo,
do lado oposto à lombada,
uma pequena marca negra
do pó nas páginas.
A marca faz parte dos livros. Estão marcados. Nós também.
Autor: Pedro Meixa
Poema retirado do site: Citador